TIPOS DE ADAPTAÇÕES VEICULARES
Por Sergio A. G. Nogueira*
Conforme o nível e grau da lesão,
dependendo dos movimentos e força que permaneceram e/ou retornaram, uma
pessoa poderá ou não dirigir veículos adaptados com comandos manuais.
Caso tenha condições físicas e econômicas, é muito importante voltar ou
aprender a dirigir, pois as cidades brasileiras, na grande maioria, não
dispõem de transporte público com acessibilidade.
Os ônibus, trens, metros e suas
estações, rodoviárias, aeroportos e outros, na grande maioria, não
possuem acessibilidade, ou seja, condições para que todas as pessoas,
sejam elas andantes, cadeirantes, idosos, grávidas e pessoas com
mobilidade reduzida, tenham acesso, pois faltam elevadores, rampas,
espaços, etc, para que todos possam exercer o direito de ir e vir de
todo cidadão.
Além disso, nossos governantes também
não cuidam das calçadas e guias, dificultando ainda mais o transporte.
Quando há adaptações, na maioria das vezes, são mau feitas ou não
funcionam, dificultando ainda mais a vida das pessoas. Tudo isso, pode
acabar atrapalhando ou dificultando a reintegração social, profissional,
afetiva e sexual das pessoas com mobilidade reduzida.
Tipos de lesões e Adaptações
Conforme o nível da lesão e o grau de
comprometimento dos movimentos e força, uma pessoa necessitará de
determinados equipamentos para dirigir, pois as adaptações devem ser
desenvolvidas de acordo com as diferentes necessidades. Estes trabalhos
deverão ser feitos por profissionais especializados, com conhecimentos
em lesão medular e seus comprometimentos.
Existem alguns profissionais no mercado e, caso não atendam as solicitações e necessidades, não exite em procurar outro.
Qualquer veículo pode ser adaptado,
desde os mais simples e acessíveis, até os mais caros e sofisticados. As
adaptações também variam muito de preço, sofisticação e tecnologia.
Importante: Os veículos com câmbio
automático são mais confortáveis, fáceis e seguros para tetra e
paraplégicos dirigirem. Além disso, as adaptações ficam mais baratas e
de manutenção próxima a zero(requer pouca manutenção), pois são mais
simples do que aquelas para veículos com câmbio mecânico(aqueles que tem
que trocar marchas).
Adaptações para pessoas com tetraplegia
Dependendo do nível da tetraplegia, uma
pessoa não terá certos movimentos de braços e/ou dedos, ou então,
movimentos com força reduzida. Nestes casos, para controlar o volante,
botões diversos, breque de mão e outros, deverão ser desenvolvidas
adaptações para substituir a prensão dos dedos.
Para possibilitar e/ou facilitar a
dirigibilidade, o veículo deverá ter direção hidráulica e câmbio
automático, o que proporcionará também, maior conforto e segurança.
Comandos elétricos, como os de vidros, espelhos e travas, ajudarão
bastante na independência.
Tipos de adaptações
Volante – Poderão ser
utilizadas uma espécie de alça para encaixe da mão ou, encaixes de dois
ou três pinos, onde serão encaixados o punho e/ou dedos. Um pomo
giratório(espécie de bola achatada), também poderá ser utilizado, caso
exista alguns movimentos de dedos. Todas estas adaptações são presas ao
volante e giram sob seu próprio eixo, possibilitando todas as manobras.
Freio e acelerador –
Para estes comandos, pode ser utilizada uma única alavanca que, quando
puxada para traz, acelera o veículo e, quando empurrada para frente,
aciona o breque. Existem outros meios para executar tais tarefas, más o
citado é o mais simples, barato e requer pouca manutenção. Para ajudar e
facilitar a dirigibilidade para pessoas com fracos movimentos de
extensão dos braços, a alavanca poderá ser alongada em direção ao corpo
da pessoa, ficando mais próxima.
Breque de mão – Existe
uma forma bem fácil e prática para soltar e acionar este breque, para
carros de passeio. Com cuidado e destreza, batendo com mão no botão do
breque, a alavanca descera. Para acioná-lo, encaixando a mão na alavanca
ou, utilizando da pinça dos dedos, ou ainda, provocando uma
espasticidade para a mão fechar em torno da alavanca, uma pessoa poderá
puxá-la e acionará o freio. Caso estes métodos não sejam possíveis,
poderão ser feitas adaptações para soltar e acionar os freios, através
de “alças” para acionamento e diferentes métodos para soltá-lo. Dica: o
câmbio automático possui a posição P – Parking, que trava o carro na
posição de estacionamento. Tal artifício deve ser utilizado com cuidado,
somente com o carro parado, afim de não estragar o câmbio.
Demais comandos – Os
diversos botões para acionamento dos controles dos vidros, espelhos,
faróis, seta, travas e outros, poderão ser adaptados de acordo com as
necessidades e conveniência.
Tetraplégicos dirigindo:
Adaptações para pessoas com paraplegia
Pessoas com paraplegia, por ter todos os
movimentos e força dos braços, poderão dirigir qualquer tipo de
veículo, com ou sem direção hidráulica e, com ou sem câmbio automático,
podendo escolher entre várias opções de adaptações para acelerador,
freio e câmbio. Poderão também, adaptar quadriciclos, triciclos e
motocicletas com side-car.
Veículos com câmbio automático
Em um veículo com câmbio automático, a
única adaptação que uma pessoa com paraplegia irá precisar, será a
alavanca para freiar e acelerar, se constituindo na mais simples,
acessível(baixo custo) e de manutenção.postado por: Antonio Brito
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